Sumário
Os cibercriminosos estão constantemente desenvolvendo novas técnicas para acessar sistemas corporativos, muitas vezes utilizando malware para se infiltrar em dispositivos, roubar informações ou danificar arquivos críticos.
Ataques bem-sucedidos geram repercussões significativas, que podem culminar em perdas financeiras, danos à reputação e comprometimento de dados sensíveis.
Diante desse cenário, a proteção antimalware tornou-se uma necessidade para manter redes e sistemas empresariais seguros.
Neste artigo, entenda o que é um software antimalware, como funciona e quais tipos de ameaças essa proteção combate. Boa leitura!
Um serviço antimalware é um software desenvolvido para escanear, detectar e bloquear programas maliciosos. Ele atua com métodos de detecção para impedir que malwares comprometam a segurança e a operação dos sistemas da empresa.
Em um ambiente corporativo, o antimalware é parte essencial da infraestrutura de defesa digital, ajudando a manter os dados e sistemas protegidos contra ameaças externas e internas.
Malware, ou software malicioso, é um termo utilizado para qualquer programa que visa prejudicar ou manipular sistemas de computadores.
Entre as principais atividades mais comuns do malware estão a coleta de dados confidenciais, o bloqueio de acesso aos sistemas ou a execução de comandos indesejados.
Softwares desse tipo assumem diversas formas, como vírus, trojans, worms e spyware, cada um com características e objetivos específicos.
Malwares geralmente se infiltram em sistemas por meio de e-mails, downloads, mídias removíveis ou até vulnerabilidades em sistemas operacionais.
O cenário global de cibersegurança revela uma constante evolução nas ameaças digitais, especialmente no que se refere aos ataques de malware, que se tornaram sofisticadas ferramentas de espionagem e sabotagem.
No Brasil, que enfrenta níveis elevados de ataques, a Kaspersky registrou mais de 725 milhões de tentativas de ataque entre junho de 2023 e julho de 2024, equivalente a 1,9 milhão de ataques diários.
Embora esses números mostrem uma redução de 16% em relação ao período anterior, o país ainda concentra 63% das detecções na América Latina. Além disso, o Brasil está em segundo lugar no ranking global de tentativas de invasão cibernética, com uma média de 1.379 ataques por minuto.
Os dispositivos móveis também são alvos frequentes de ataques. Nos primeiros três meses de 2024, a Kaspersky Security Network bloqueou 10,1 milhões de ameaças usando malware, adware ou software indesejado em dispositivos móveis.
A análise revelou ainda mais de 389 mil pacotes de instalação maliciosos detectados, incluindo 11.729 pacotes de trojans bancários e 1.990 pacotes de trojans de ransomware, ambos direcionados a dispositivos móveis.
O antimalware utiliza três estratégias principais para detectar e bloquear programas maliciosos. Elas atuam em conjunto para identificar, isolar e impedir a ação de malwares que possam comprometer o ambiente corporativo:
A detecção por assinatura é uma das técnicas mais antigas e eficazes para identificar malwares conhecidos. Nela, o software antimalware compara os arquivos com um banco de dados de “assinaturas” digitais de softwares maliciosos previamente detectados.
Cada tipo de malware tem características específicas que o antimalware reconhece. Quando encontra uma correspondência, o software identifica o arquivo como potencialmente perigoso e toma as medidas configuradas, como quarentena ou exclusão.
Já a detecção baseada em comportamento vai além da análise de assinaturas, monitorando como um programa age para identificar se é malicioso. No lugar de verificar a estrutura do código, essa técnica observa padrões e ações suspeitas.
Um exemplo é o acesso repetido a arquivos de sistema ou tentativas de enviar dados sem autorização.
Assim, a detecção de comportamento é especialmente útil contra malwares novos ou variantes de ameaças conhecidas, e, muitas vezes, se apoia em algoritmos de aprendizado de máquina para aprimorar a análise.
O sandboxing isola arquivos suspeitos em um ambiente controlado, evitando que eles interajam com outros componentes do sistema. Ao abrir um arquivo potencialmente perigoso, como um anexo de e-mail desconhecido, o sandbox o executa em uma área virtual limitada.
Durante esse teste, o arquivo só tem acesso a recursos restritos, como uma pasta temporária ou teclado virtual. Se o programa tentar acessar outras áreas do sistema ou realizar ações suspeitas, o sandbox bloqueia suas operações e impede que cause danos.
Com a capacidade de examinar o tráfego de dados, o antimalware impede a entrada de malwares e reduz a superfície de ataque, garantindo que as ameaças sejam detectadas antes de comprometerem o ambiente.
Soluções antimalware bloqueiam o acesso a sites com histórico de distribuição de malware, utilizando listas de domínios conhecidos e inteligência sobre ameaças.
A prevenção reduz riscos de infecções causadas via navegadores e protege redes corporativas contra ameaças que poderiam entrar via downloads ou scripts maliciosos embutidos em páginas suspeitas.
A atuação do antimalware limita a movimentação de malware entre dispositivos e servidores conectados em redes corporativas. Esse controle impede que uma ameaça, ao infectar um único dispositivo, comprometa dados e impacte outros equipamentos.
Além de isolar o malware, a solução sinaliza dispositivos infectados, permitindo que as equipes de TI bloqueiem ou removam as ameaças com rapidez.
Ferramentas antimalware geram relatórios de incidentes, indicando o tipo de malware, número de infecções e tempo de resposta.
Esses relatórios ajudam os analistas de segurança a avaliar a eficácia das ações de contenção e identificar vulnerabilidades exploradas. O monitoramento dos padrões auxilia no ajuste das políticas de segurança e na melhoria da resposta contra ameaças detectadas.
Na detecção de malwares, o antimalware registra informações sobre métodos de ataque e vulnerabilidades exploradas.
Com base nesses dados, a equipe de segurança identifica pontos fracos no sistema e pode ajustar configurações, aplicar patches e atualizar protocolos. Esse processo permite que as empresas tomem medidas proativas, reduzindo a exposição a ataques semelhantes no futuro.
Um antimalware se destaca por detectar ameaças sofisticadas, abordando uma variedade de tipos de malware que exigem métodos de proteção mais avançados. Conheça as principais:
Entre as ameaças mais sérias que um antimalware detecta está o ransomware. Esse tipo de ataque “sequestra” dados corporativos, criptografando arquivos essenciais e exigindo pagamento para devolvê-los.
Em 2024, o Brasil foi um dos cinco países mais impactados, representando 1,8% dos 3,5 milhões de casos registrados no início do ano.
A detecção de ransomware compreende o monitoramento de comportamentos suspeitos, como criptografia de dados em massa, e ações rápidas para impedir a propagação dentro do sistema. O antimalware identifica esses padrões para interromper o ataque antes que os dados se tornem inacessíveis.
O spyware é usado para coletar informações confidenciais sem o consentimento do usuário, incluindo credenciais, dados financeiros e atividades do usuário.
Um antimalware detecta esse tipo de ameaça observando atividades que indicam coleta e envio de dados para fontes externas, alertando os administradores sobre qualquer tentativa de espionagem.
Os trojans se passam por softwares legítimos, mas, ao serem instalados, ganham acesso à rede e conseguem roubar informações financeiras e confidenciais.
Para se ter uma ideia deste nível de ameaça, no último ano, os ataques de trojans bancários aumentaram 87% no Brasil, tornando o país o principal alvo na América Latina. Segundo dados da Kaspersky, mais de 1,6 milhão de ataques foram bloqueados, uma média de quase 5 mil tentativas por dia.
Para neutralizá-los, o antimalware identifica-os por meio de análises comportamentais e de origem, detectando características que indicam ações suspeitas, como tentativas de conectar-se a servidores desconhecidos.
Aqui temos uma ameaça que explora falhas em softwares e sistemas para acessar redes de maneira indevida. Em 2024, o FortiGuard Labs apontou que a velocidade de exploração de novas vulnerabilidades aumentou 43% em relação ao início de 2023.
Sem um antimalware, essas brechas passam despercebidas e abrem portas para ataques. Um bom antimalware monitora comportamentos suspeitos e bloqueia a execução de códigos estranhos, dificultando a ação dos exploits e protegendo a rede.
Por fim, os rootkits são uma das ameaças mais furtivas que um antimalware combate. Eles se escondem nas partes mais profundas do sistema, escapando muitas vezes dos antivírus convencionais. Para detectá-los, o antimalware usa monitoramento avançado do kernel, identificando processos ou módulos de sistema que não deveriam estar ali.
Antimalware e antivírus são frequentemente confundidos, mas cada um possui características distintas. A principal diferença entre os dois está no tipo e no alcance das ameaças que identificam e combatem.
Vírus são programas que se replicam e buscam infectar outros arquivos e sistemas. Sendo assim, o antivírus é projetado para detectar e remover vírus, que são um tipo específico de malware.
Tradicionalmente, os antivírus detectam essas ameaças comparando o código dos arquivos com uma base de assinaturas já conhecidas. Isso funciona bem contra ameaças mais clássicas, como vírus tradicionais, worms e cavalos de Troia.
Por outro lado, o antimalware é uma solução mais completa, voltada para identificar diferentes tipos de softwares maliciosos, incluindo vírus, ransomware, spyware e rootkits.
Além da detecção baseada em assinaturas, o antimalware adota métodos mais sofisticados, como análise de comportamento e sandboxing, para reconhecer ameaças ainda não catalogadas ou ataques que exploram vulnerabilidades novas (zero-day).
Dessa forma, o antimalware consegue lidar com um leque mais amplo de ameaças, especialmente aquelas que evoluem rapidamente e utilizam técnicas avançadas de evasão.
Escolher entre antimalware e antivírus depende das necessidades e da estratégia de segurança adotada.
Ambas as ferramentas atuam em áreas complementares: o antivírus oferece proteção básica contra vírus conhecidos, focando em ameaças mais tradicionais e usando a detecção por assinatura para identificá-las rapidamente.
O antimalware, por sua vez, amplia a proteção ao lidar com ameaças complexas e novas, incluindo ransomware, spyware e exploits de dia zero.
Ele utiliza técnicas avançadas, como análise comportamental e sandboxing, para identificar atividades suspeitas antes que uma assinatura seja desenvolvida. Isso torna o antimalware mais adequado para detectar malwares sofisticados e ataques desconhecidos, garantindo uma proteção mais completa.
Portanto, o uso combinado de antimalware e antivírus proporciona uma defesa mais abrangente. Juntos, eles cobrem uma ampla gama de ameaças, atendendo a necessidades de segurança que um único software dificilmente atenderia por completo.
Um serviço antimalware oferece uma camada de segurança fundamental contra ataques que comprometem dados e operações. Ao proteger dispositivos corporativos, reduz riscos de acesso não autorizado e danos à rede. Em um cenário de ameaças crescentes e ataques cada vez mais sofisticados, essa proteção é indispensável.
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